Quantas definições você é capaz de pensar para descrever um corpo “perfeito”? São tantas! Daria para escrever um texto apenas sobre isso. O padrão de beleza não exige que os corpos femininos sejam apenas magros. Ele exige que sejam magros, com bumbum redondo, sem nenhuma marca de celulite ou estrias. Tem que ter pernas esguias. A barriga trincada, negativa. Os cabelos longos e brilhosos, lisos de preferência. O seio grande, “em pé” e sem estrias também. Existe até padrão estético para lábios genitais femininos. A gente não dá conta de tudo isso! O bullying fez a Gabriela ter muita vergonha do corpo, mas ela se sentia bem. O problema é que ela achou que isso ficaria só na infância e não voltaria na fase adulta.
Leia o relato da Gabriela na íntegra:
“Quando eu era criança eu não gostava do meu cabelo por 3 motivos: cacheado, armado e loiro. Parecia o sol. E sim, eu odiava quando falavam “ai que loirinha linda”. Eu logo fechava a cara e respondia bem brava: “é castanho claro”. Os anos foram passando e eu acabei alisando o cabelo, mas hoje eu gosto dele assim liso e já amo o fato de ser mesmo loira.
Na escola era alvo de chacota por ser magra demais. Era chamada de Olívia Palito, “pau de vira tripa” etc. O bullying que sofri, me fez ter muita vergonha do meu corpo. Tudo isso por não ter seios grandes e bumbum avantajado como as outras garotas, mas eu passei a gostar de mim assim. Até perceber que isso talvez incomodasse meus parceiros.



As críticas de pessoas próximas sobre minha beleza
Eu estava na praia com meu ex-namorado e amigos, eles estavam criando uma boneca na areia e eu ajudando, falei “coloca mais peito aí hein!”. E então meu ex gritou bem alto para todo mundo ouvir “eu vou fazer o peito dela igual ao seu”. E foi aí que ele deixou a boneca totalmente sem peito.
Pode parecer bobeira, mas eu me senti um lixo, porque era uma fraqueza minha que eu tentava superar desde a adolescência, sendo exposta no meio de um monte de pessoas que riram da piada, como se estivessem rindo de mim. E todo aquele pensamento voltou a tona, eu fiquei muito chateada, aquilo me fez questionar a minha beleza e jurei para mim mesma que ia trabalhar muito para colocar silicone.


Essa insegurança caminhou comigo para outros relacionamentos e nada tirava da minha cabeça que eu precisava do silicone pra ser feliz de verdade.
As críticas que faço a mim
No ensaio eu me vi de uma forma diferente, me senti um mulherão e tive a certeza de que não eram peitões e bundão que iriam me tornar linda. Eu já sou linda. Minha autoestima foi lá no teto, estou um nojo de pessoa.
Eu ganhei mais peso e consigo me manter assim, estou me amando e a ideia de peito grande deixou de ser prioridade na minha vida. Hoje eu consigo usar decote e amo o meu corpo do jeito que ele é, eu sou assim e pronto. Quem for gostar de mim, vai gostar de mim assim!“.


Esse depoimento foi inteiramente escrito pela Gabriela e você também pode compartilhar sua história pelos comentários. Nós aqui gostamos de boas fotos e boas conversas, mas, antes de tudo, lembre-se: toda pessoa merece respeito e empatia ❤.
Pegue o cafézinho e se acomode na cadeira, ainda tem muita história para você ler aqui.
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